Foto Juci Ribeiro
Distante dos tempos áureos em que era trilha sonora de adolescentes na década passada, a presença do CPM 22 no Palco Mundo do Rock in Rio 2015, em um dia com bandas pesadas do stoner rock e do metal, era questionável. A banda que completa 20 anos de estrada, no entanto, surpreendeu: provou que ainda mantém peso e relevância ao abrir o palco principal às 19h desta quinta-feira (24).
Passada a febre do hardcore melódico, que dominou o rock brasileiro nos anos 2000, seu arsenal de hits pode soar anacrônico, mas não deixa de impressionar. Prova disso foi o séquito considerável de fãs, de idades variadas, que cantaram cada sucesso. Das mais pesadas "Regina, Let's Go", "O Mundo Dá Voltas" e "Tarde de Outubro" até às melódicas "Dias Atrás" e "Não Vá Embora".
A banda, impressionada com a reação, agradecia a cada música. "São 20 anos de banda, 30 anos de Rock in Rio, confesso que fiquei noites sem dormir", disse Badauí aos fãs. "É o maior presente que o CPM e a música independente poderia ganhar, que é de onde a gente veio. E graças a vocês, aos metaleiros, aos punk rockers, quem ouve música de verdade."
Mas nem todo mundo embarcou. Os metaleiros mais ferrenhos aproveitaram o show para formar filas nos quiosques de comes e bebes --outro ainda lançou um laser no rosto de Badauí. Digamos que a plateia estava mais colorida do que preta.
O setlist provou que as lamúrias juvenis daquela época ainda continuam atuais. Prova disso foi o público que cantou o refrão de "Um Minuto para o Fim do Mundo" sozinho, em um emocionante coro a capella.
No gargarejo, um grupo de fãs puxou gritos contra a presidente Dilma --foi a segunda manifestação de todo o festival até agora. Badauí, dessa vez, foi mais enigmático na resposta: "Quem planta merda colhe bosta".