Na última sexta-feira (9), Marcos Mion e Fernando Ceylão estrearam a comédia Deixa Solto! no Teatro Itália, localizado na região central de São Paulo. A temporada fica em cartaz até o dia 29 de novembro, com sessões de sexta-feira a domingo. O ponto alto da peça é a relação dos dois ao longo de mais de trinta esquetes que transportam para o palco a linguagem da internet, usada em aplicativos como WhatsApp e também nas redes sociais Twitter e Facebook, baseadas em temas do cotidiano. O cenário possui módulos geométricos, em vermelho e branco, que viram de supermercado a uma boate gay.
Apresentador da TV Record, Marcos Mion mostrou o lado teatral desconhecido pelo público e surpreendeu a todos por segurar bem o texto de humor e expressar-se de maneira versátil fora das câmeras. “Quando o artista sobe no palco, ele dá a cara a tapa. Pode ser aplaudido ou vaiado. Faz parte, mas a gente torce para ser sempre aplaudido [risos]. Eu e o Ceylão montamos essa peça de maneira muito rápida, baseado na confiança mútua. Hoje teve casa lotada, plateia rindo, cena aberta… O que mais eu poderia querer? Perfeito!”, comemora.
Fernando Ceylão é ator, roteirista e diretor com longo histórico profissional, integrando vários programas de sucesso na TV Globo (Sítio do Picapau Amarelo, Sai de Baixo e Zorra Total) e atualmente grava reportagens para o Mais Você. Ele foi o responsável por criar o conceito da peça e adaptá-la para uma dupla masculina, pois o projeto inicial seria de Marcos Mion e Camila Rodrigues, atriz de Os Dez Mandamentos.
“A Camila ficou presa na novela e a peça anterior, que era para casal, foi descartada. O Mion e o Léo Fuchs [produtor] falaram que, ao invés de buscar uma nova atriz, deveríamos criar algo com eu e ele. Peguei uma peça que já estava pronta e tivemos quatro dias para ensaiar. Estamos nos ‘paquerando’ e admirando o trabalho do outro há dez anos. Um dia deveríamos estar juntos e chegou a hora”, finaliza Ceylão.
– Dizem que se trata de uma daptação da linguagem da internet para os palcos, mas acho que é a linguagem do mundo atual. As informações são constantes e, por isso, precisam ser digeridas mais rápido. Mas isso não chega a ser um desafio, pois levamos a sério o título da peça e aproveitamos para trabalhar em cima das coisas que aparecem durante a apresentação. Temos uma confiança grande, nos deixamos ser levados um pelo outro – explica Mion, que diz dividir as mesmas referências cênicas com o parceiro, como o comediante Andy Kaufman.
Relacionamentos, vício em celular, violência urbana, mentira e preconceito são alguns dos temas abordados ao longo dos 70 minutos de apresentação.
– Tem muito do cotidiano, além das coisas engraças e nonsense, que escolhemos pelo simples fato de serem engraçadas e nonsense – completa Mion.