por Juci Ribeiro
O biquíni completa 70 anos: acima, a modelo Ithala Costa, da 40 Graus Models, mostra os hits das décadas de 40, 50 e 80
Dos mais comportados, na década de 40, passando pela ousadia do asa-delta nos anos 1980 até os atuais, peça foi sinônimo de revolução.
Lá se vão 70 anos desde que o primeiro biquíni foi apresentado e causou escândalo no mundo inteiro. Era 5 de julho de 1946 quando um desfile à beira de uma piscina em Paris mostrou o traje de duas peças e deixou os mais conservadores de cabelo em pé.
Mas foi impossível impedir que a moda lançada pelo estilista francês Louis Reard - que para criar o nome se inspirou no Atol de Bikini, no Pacífico Sul, onde os americanos tinham feito testes nucleares dias antes - conquistasse as mulheres de todos os continentes.
“Desde a sua criação até os tempos de hoje, o biquíni passou por uma revolução, seja no seu tamanho como nas formas de usá-lo. Atualmente, a moda praia é bem mais democrática, com biquínis para todos os gostos", diz Paula Hermanny, da Vix, marca pioneira do modelo empina-bumbum, atual queridinho de famosas como Thaila Ayala e Fiorella Matheis
Quando o biquíni foi lançado, é claro, a história era bem diferente. Os modelos, que hoje parecem tão comportados, na época causaram euforia. Nos anos 1950, as atrizes de cinema e pin-ups eram as inspirações. Brigitte Bardot provocou frenesi com o biquíni cheio de babadinhos no filme "E Deus Criou a Mulher".
Na década de 60, o look usado pela atriz Ursula Andress no filme "007 Contra o Satânico Dr. No" inspirou mulheres no mundo inteiro. Nesta época também surgiu o engana-mamãe, que de frente parecia um maiô e, visto de trás, um biquíni.
Nos anos 1970 foram a vez de as tangas e lacinhos invadirem as praias brasileiras. Tudo de crochê, claro! Na década seguinte, o must have foi o asa-delta, que mais tarde se adaptou à modelagem dos sunquinis, hit dos anos 1990.
"Usei biquíni asa-delta e até o fio dental, com aquele fiozinho no bumbum, sem o menor preconceito. Os modelos eram em tons cítricos. Todo mundo usava”, disse Luiza Brunet em depoimento ao livro "Um mergulho no Rio – 100 anos de moda e comportamento na praia carioca”.
O novo século trouxe releituras de todas as décadas e, de fato, fez o traje superdemocrático. Os biquínis de lacinho seguem reinando nas praias do Brasil, mas há também espaço para muita hot pant e até para tops no lugar dos tão aclamados sutiãs no estilo cortininha. Isso tudo, é claro, devidamente registrado na web. "Hoje nada mais na vida é simplesmente ir e viver. Com a febre das redes sociais, a roupa de praia não pode ser mais a da coleção anterior. Afinal, deve-se estar bem vestida para tirar aquela foto nas férias e postar no Instagram", acredita Sharon Azulay, da marca carioca Blue Man.
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