Especialista esclarece as dúvidas sobre o medo de doenças e os perigos da automedicação
Tem sido cada vez mais comum a prática da automedicação. Fruto de um medo excessivo que as pessoas tem sentido justificado também pelo surgimento de novas doenças, as pessoas estão ficando mais ansiosas, em alguns casos desenvolvendo doenças como a Hipocondria e que pode se tornar um transtorno. Ela consiste no temor de sentir algum sintoma ou desenvolver algum problema de saúde que pode ameaçar sua vida e ainda não foi diagnosticado.
O problema é que para o hipocondríaco, a ansiedade e a preocupação alimentam convicções terríveis. Uma simples dor de cabeça pode significar um tumor cerebral, uma palpitação pode ser um ataque cardíaco, uma dor de estômago já imaginam um câncer e assim os hipocondríacos interpretam sensações fisiológicas habituais ou pequenas variações normais do corpo como um sintoma de um mal que está por vir.
A doença atinge homens e mulheres, aparece no início da vida adulta, apesar de poder se desenvolver em qualquer idade. No Brasil a Hipocondria atinge cerca de 150 mil casos por ano. Segundo a psicóloga Sarah Lopes, do Hapvida, as causas não são tão precisas, pode ser desde um trauma, como uma insegurança, baixa autoestima e outros fatores emocionais.
“Alguns fatores como casos na família, algum trauma que envolva alguma doença grave ou uma predisposição à hipocondria podem contribuir o desencadeamento de um transtorno como este”, acrescenta.
A hipocondria é mais comum do que se imagina, 5% da população sofre dessa doença, em geral os atingidos tem o hábito de se queixar de que estão se sentindo mal ou doentes. Outra preocupação é com a automedicação ou medicar outras pessoas o que pode acarretar em graves problemas de intoxicação ou crises gástricas.
Ao desconfiar da busca excessiva por auxílio médico ou a automedicação é importante considerar a ajuda de um psiquiatra ou psicólogo. A família também pode contribuir na busca por um especialista para ajudar o enfermo.
“Os riscos para os que sofrem com a hipocondria são bem elevados. Quando o paciente já conhece a sua condição, estes riscos pode ser minimizado se houver controle, mas quando o indivíduo ainda não sabe do que sofre, o risco mais comum é a automedicação, com a única finalidade de se ver livre de uma doença que acredita ter contraído”, explica a psicóloga.
A cura é possível, desde que o paciente busque as possíveis formas de tratamento junto aos especialistas. Segundo Sarah Lopes não há um tratamento definitivo e sim formas de tratamento de acordo com os casos.
“O tratamento para a hipocondria é baseado especialmente em psicoterapia cognitivo comportamental e analítica. Entretanto, não há um tratamento definitivo, cada caso deverá ser avaliado, inclusive para um bom prognóstico. Quando falamos em saúde mental, a cura é relativa, isto porque a ideia inicial é conseguir controlar os sintomas.”, esclarece.
A atenção, o cuidado e a conversa são os melhores caminhos para aqueles que convivem com hipocondríacos e buscam ajuda-los a superar o problema.