A primeira ação aconteceu no Mercado Iaô, um dos locais badalados pela comunidade LGBT neste verão. Além das protagonistas camisinhas, o público receberá abanadores da campanha para aliviar o calor e refrescar a consciência, despertando a atenção para a importância do uso do preservativo. A mensagem da campanha também terá o reforço de um vídeo, que já está em fase de produção e será divulgado nas redes sociais.
Mais uma vez o Shopping da Bahia se mostra sensível às causas da comunidade LGBT e é apoiador do Dois Terços na campanha. Segundo Genilson Coutinho, editor chefe do site, a proposta é chamar atenção da comunidade para a importância do uso camisinha. “Não podemos ignorar os números que mostram o crescimento do HIV/Aids no Brasil, principalmente entre o público jovem. Essa é mais uma ação que reafirma o nosso compromisso social com a comunidade LGBT, que tem sido nosso guia ao longo desses 8 anos fazendo mídia e cidadania na capital baiana”, pontua.
Cresce número de casos de HIV/Aids entre os homens
Dados apresentados no final de 2016 pelo Ministério da Saúde revelam que o número de casos de HIV/Aids tem aumentado entre os homens. Em 2006, a razão era de 1 caso em mulher para cada 1,2 caso em homens. Em 2015, o cenário passou a ser 1 caso em mulher para cada 3 casos em homens. Além disso, os casos em mulheres apresentam queda em todas as faixas etárias, sobretudo entre as que têm de 25 a 29 anos. Em 2005, eram 32 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2015, esse número agora é de 16 casos por 100 mil habitantes. Já entre jovens do sexo masculino, a infecção cresceu em todas as faixas etárias. Dos 20 a 24 anos, por exemplo, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos para cada 100 mil habitantes em 2005 para 33,1 casos em 2015.
Vulnerabilidade
Os números mostram que o grupo mais vulnerável é formado por jovens de 18 a 24 anos. Apesar de o diagnóstico tardio ser menor nessa faixa etária, entre os que são soropositivos 74% buscaram algum serviço de saúde e apenas 57% estão em tratamento, enquanto 47% tiveram carga viral suprimida.
O ministro da Saúde Ricardo Barros avaliou que os jovens, de modo geral, não mantêm o hábito de frequentar unidades de saúde. Ele lembrou que o grupo é “de difícil convencimento”, por exemplo, quando o assunto é vacinação.
“Eles se acham saudáveis e são mesmo. Mas não sentem que precisam ir ao posto de saúde se proteger”, afirmou. “Mesmo nas campanhas para vacinação nas escolas, a recusa é muito grande”, destacou.
(Foto: Genilson Coutinho/ Divulgação)