Com narrativa radicalmente contemporânea, “Boca a Boca : um solo para Gregório” é um recital de poesias do Boca de Brasa em formato de show de rock
Link do espetáculo completo
O espetáculo “Boca a Boca : um solo para Gregório”, sucesso de público, chega à sua última apresentação da temporada no dia 15 de junho, às 20h30. Com encenação e roteiro de João Sanches, o consagrado ator Ricardo Bitencourt e o músico Leonardo Bittencourt sobem ao palco do Café-Teatro Rubi, no Sheraton da Bahia Hotel, às quintas-feiras, para trazer de volta a obra de Gregório de Mattos. Ao vivo, o músico Leonardo Bittencourt executa a trilha sonora que tem canções do The Doors, Nirvana, Ramones, mas também de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Novos Baianos. “Gregório é rock’n roll puro, pois ele tem essa atitude roqueira da contestação. Isso sem contar que ele é POP – por isso, o repertório se vale de estrelas da MPB e do Rock internacional”, explica Sanches.
Para Ricardo Bitencourt, o espetáculo é rápido, dinâmico e apresenta o texto de Gregório como grande protagonista. “Eu sou um agente do discurso do poeta e um porta voz da poesia dele”, explica, ressalvando que “são os eus líricos de Gregório que aparecem durante as declamações”. A temporada baiana de “Boca a Boca : um solo para Gregório” é uma realização da Sole Produções. O ticket couvert artístico custa R$ 60,00 e pode ser comprado no sitewww.compreingressos.com ou na bilheteria do Café-Teatro Rubi – 71 3013-1011.
O BOCA - “Boca a Boca : um solo para Gregório” busca reconhecer a importância do poeta baiano, que é considerado, por muitos teóricos, o primeiro escritor brasileiro efetivamente nascido no Brasil, em 1636. Depois de ficar conhecido como “Boca do Inferno” e “Boca de Brasa”, pelas críticas ferozes e debochadas que fazia em suas poesias à sociedade do século XVII, Gregório foi preso e enviado para exílio em Angola. Conseguiu ser perdoado e voltar ao Brasil, mas com a condição de que morasse em Recife e nunca mais voltasse à Bahia, permanecendo até hoje banido de sua terra.“Queremos trazer Gregório de volta para a Bahia e mostrar o quanto ele é atual”, comenta Sanches. E ressalta: “queremos dar um solo para Gregório”.
O roteiro apresenta um conjunto de 40 poemas ou trechos de poemas de Gregório de Matos, que são divididos não de forma cronológica, mas, sim, por temas, como a sátira de costumes, o sexo, a religião e a crítica ao Governo. Intercalando os blocos de temas, há pequenos comentários narrativos que contextualizam e associam aquela produção literária a momentos da vida do poeta. Com agilidade e no ritmo do repertório musical, Ricardo Bitencourt se divide entre o narrador e as múltiplas facetas do declamador.
Já o título do espetáculo faz referência não só aos apelidos que o poeta ganhou, mas também à forma como a sua poesia foi perpetuada: no boca a boca, no cópia a cópia, uma vez que a imprensa e a editoração gráfica eram proibidas no Brasil Colônia. A publicação das obras completas de Gregório de Matos só ocorreu no século XX, ou seja, quase trezentos anos depois de manuscritas. Quanto à expressão “um solo para Gregório”, ela remete ao formato solo do espetáculo, que tem um único ator em ação, ao solo da guitarra de Leonardo Bittencourt, e ao pleito maior de devolver para Gregório o seu solo natal, já que ele foi proibido de pisar em terras baianas e os seus restos mortais encontram-se até hoje em Recife.
A realização do espetáculo é uma parceria entre o Teatro Itália e a Sole Produções.
Desdobramentos do projeto
A ideia é que a encenação do espetáculo “Boca a Boca: um solo para Gregório” seja a primeira etapa de um projeto mais extenso. Ao longo da futura turnê brasileira da peça teatral, serão realizados também seminários, debates com estudantes de escolas públicas, um concurso literário, apresentações internacionais em países de Língua Portuguesa e uma campanha política com o objetivo de trazer de volta à Bahia os restos mortais de Gregório, ainda que seja através da inauguração de um túmulo simbólico. “O que mais importa é que o discurso de Gregório chegue às pessoas e que a memória dele seja perpetuada com as honras que merece”, afirma o ator Ricardo Bitencourt. “O Brasil precisa saber quem foi Gregório de Matos, o primeiro escritor do nosso país”, complementa o diretor João Sanches.
Ficha técnica:
Poesias: Gregório de Matos
Intérprete: Ricardo Bitencourt
Roteiro e encenação: João Sanches
Trilha ao vivo: Leonardo Bittencourt
Direção de movimento: Matias Santiago
Assistente de direção: Marina Martinelli
Figurino: João Sanches, Robério Sampaio e Ateliê Elizabeth Marie
Confecção de figurino: Robério Sampaio e Ateliê Elizabeth Marie
Adereços: Alessandra Santiago
Maquiagem: Alessandra Santiago e Dino Neto
Iluminação e cenário: João Sanches
Coordenação de produção: Simone Carrera
Assistente de Produção: Eri Souza
Contrarregra: Valfredo Oliveira
Design Gráfico: Caio Vinícius Costa
Fotografia: Sora Maia
Realização: Sole Produções – Simone Carrera – diretora geral – 71 3494-0966 / 99321-0110
Mídias Sociais – Fernanda Caymmi