IMAGEM DO SÉCULO XVIII É RESTAURADA E ENTREGUE À IGREJA DE SANT´ANA - Juci Ribeiro

IMAGEM DO SÉCULO XVIII É RESTAURADA E ENTREGUE À IGREJA DE SANT´ANA

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por Juci Ribeiro

A primeira imagem corresponde à restauração executada no final do século XIX ou início do XX. Tem aspecto grosseiro e cores muito vivas, incompatíveis com a época da criação da imagem.


A segunda imagem mostra a restauração atual financiada pelo BNDES, com cores originais e aspecto mais erudito.


A Igreja de Sant’Ana, localizada no bairro de Nazaré, recebeu esta semana a última das 30 peças restauradas durante o projeto de reforma do templo: a antiga imagem de Sant´Ana Mestra acompanhada da Nossa Senhora Menina. A bela imagem barroca, de origem portuguesa, contemporânea da inauguração do templo (1754), mede 1,30 x 1,30 x 0,90 m e foi, provavelmente, encomendada em Portugal. Trata-se de uma imagem única, sem similar em qualquer parte do Brasil e provavelmente também da Europa, segundo o restaurador José Dirson Argolo. Normalmente, ensina ele, Sant´Ana apresenta-se com três variantes iconográficas: Sant´Ana Mestra, Santana Passeando – ou Sant´Ana Guia, a que se encontra no altar-mor e Sant´Ana Mãe, quando aparece com Maria já adulta e o Menino Jesus.


A imponente imagem fora restaurada nos séculos XIX ou no início do XX, quando, infelizmente, afirma o restaurador, teve recoberta toda a sua policromia original. Para resgatar a cor, foi necessário mais de um ano de trabalho, consumido na remoção, com produtos químicos e bisturis cirúrgicos, das duas camadas espessas de tinta aplicadas na época da antiga restauração, as quais adulteraram suas formas anatômicas e, principalmente, sua aparência estética. A última pintura a qual os devotos atuais ainda conheciam, tinha aspecto grosseiro, florões e padrões de má qualidade, apesar de vistosa. “A policromia original revelou uma pintura delicada, de ornatos florais estilizados, bem concebidos. Chama a atenção a delicadeza da carnação, tanto de Sant´Ana quanto de Maria Menina, que exibem semblantes extremamente suaves, que as cores pesadas das repinturas escondiam. Quando da remoção das repinturas, a imagem revelou estar muito atacada por cupins (massas e gesso encobriam os defeitos da madeira”, disse José Dirson Argolo. O projeto de reforma da igreja durou 11 anos.



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