Quando o assunto é hipertensão arterial os dados são quase sempre alarmantes. Para conscientizar a população sobre os cuidados básicos para prevenir o problema que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, atinge atualmente cerca de 32,5% de brasileiros, o Ministério da Saúde instituiu há 16 anos o Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão, celebrado anualmente no dia 26 de abril.
Assintomática, a hipertensão arterial tem entre os seus principais fatores de risco o sedentarismo, a obesidade e a alimentação inadequada, por isso, a importância da adoção de hábitos de vida saudáveis aliando a pratica regular de atividade física à uma alimentação equilibrada, além de consultas regulares ao médico. Cuidados como estes contribuem para combater a doença e os demais problemas de saúde que tem suas chances de ocorrência aumentados em função dela, a exemplo do infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência renal.
De acordo com a nutricionista Sara Frediani, parceira da rede Hammer Fitness Club, a prática regular de atividades físicas é parte primordial das condutas não medicamentosas de prevenção e tratamento da hipertensão arterial (HA). “Segundo diretrizes nacionais e internacionais, todos os pacientes hipertensos devem fazer exercícios aeróbicos complementados pelos resistidos, como forma isolada ou complementar ao tratamento medicamentoso1,2”, diz.
Isso ocorre porque o exercício físico aeróbico promove uma eficiência no sistema cardiopulmonar em que consiste em adaptações fisiológicas no coração, que possui uma melhora da sua eficiência de contração, gerando menos trabalho e maior fluxo sanguíneo em um mesmo intervalo de tempo. Além disso, melhora as trocas de oxigenação nos tecidos periféricos devido a uma adaptação vascular, explica a nutricionista.
“Por conta dessas adaptações, cardíaca e periférica, há uma melhora na pressão arterial. Já o exercício anaeróbio melhora a capacidade de nutrição cardíaca por meio da melhora da função de relaxamento do coração. Associar isso com uma dieta hipossódica, com adequada ingestão hídrica e ingestão de antioxidantes, potencializa as adaptações”, ressalta a profissional.
Mas, e o que os hipertensos devem comer antes e depois do treino? A nutricionista responde: “o tipo do alimento vai variar do objetivo do paciente e do seu horário de treino. Mesmo sendo hipertenso, no geral, mantém-se a lógica de uma refeição de fácil digestão e equilibrada, com fontes de carboidrato, proteína e gordura. Em alguns casos específicos, pode-se gerar uma adaptação fisiológica com a ingestão apenas de fontes de gordura como fonte energética”. Mas atenção, para garantir uma boa digestão, é ideal que a refeição seja realizada com um intervalo mínimo de 30 minutos a 60 minutos, mas pode variar de acordo com o treino e rotina do paciente, orienta Sara Frediani.