Dia do Samba 2018
Evento gratuito no Rio Vermelho terá shows de Alcione e outros 20 artistas, a partir das 16h
Tradicional em Salvador há 46 anos, o Dia do Samba será comemorado no próximo domingo, dia 02 de dezembro, com show gratuito de Alcione e mais vinte sambistas baianos convidados. O palco, dessa vez, está sendo montado na Praça Caramuru (no estacionamento do antigo Mercado do Peixe do Rio Vermelho). A festa, que tem direção geral de Edil Pacheco, está prevista para começar às 16h. O objetivo central do projeto é o de manter viva a memória do nascimento do samba na Bahia, a partir da sua primeira célula rítmica: o samba de roda.
Além de Alcione, aguardada atração da noite, o evento receberá apresentações de Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco, Juliana Ribeiro, Firmino de Itapuã, Gal do Beco, Guiga de Ogum, Cláudia Costa, Verônica Dumar, Jorginho Comancheiro, Muniz do Garcia, Vânia Bárbara, Roque Bentenquê, Neto Bala, Fred Dantas, Claudete Macedo e Gerônimo, entre outros. O grupo Bambas de Sampa também marcará presença, participando pela terceira vez do Dia do Samba em Salvador. Já o grupo Cor do Brasilserá a banda base, permanecendo todo o tempo no palco.
O homenageado da edição 2018 do Dia do Samba é Martinho da Vila, que completou 80 anos de vida esse ano. O primeiro álbum dele, lançado em 1969, intitulado "Martinho da Vila", já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico, incluindo canções como "Casa de Bamba", "O Pequeno Burguês", "Quem é do mar não enjoa" e "Pra que dinheiro". Logo, tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros, além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias, com o CD "Tá delícia, tá gostoso", lançado em 1995. Entre seus maiores intérpretes destacam-se Zeca Pagodinho, Simone e Alcione, que incluirá clássicos do compositor no show do Dia do Samba em Salvador.
A expectativa é de reunir cerca de 20 mil expectadores no Rio Vermelho, ao longo de mais de seis horas de música.
Assessoria de Comunicação
Gabriel Monteiro
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O nascimento do Samba na Bahia
O dia 27 de novembro de 1916 entrou para a história da música como data oficial do nascimento do Samba porque foi neste dia que ocorreu o registro, na Biblioteca Nacional, de ‘Pelo Telefone’, supostamente o primeiro samba da história. A composição era de Donga, filho da baiana Tia Amélia (parceira da lendária Tia Ciata, entre outras baianas festeiras que se mudaram para o Rio), e foi gravado em 1917 por “Baiano”, um cantor e violonista natural de Santo Amaro da Purificação, à época muito conhecido no Rio de Janeiro. O fato é que o Samba de Roda já existia na Bahia, em todo o Recôncavo, desde o início do século XIX. Surgira integrado às festas dos Terreiros de Candomblé, como parte do processo de reorganização social e aculturação em terras brasileiras da comunidade afro-descendente.
Os africanos capturados pelo tráfico escravista eram oriundos de uma grande variedade de etnias e falavam línguas distintas. E assim eram agrupados (com base nessa diversidade), para que não se entendessem, dificultando de toda forma a articulação de rebeliões e ações de resistência. Nesse contexto, os batuques e os toques dos orixás funcionaram como uma linguagem que aglutinou esses escravos, permitindo um entendimento entre eles que ia além de simples palavras. E daí surgiu o samba em toda a sua diversidade. Sua matriz foi o samba da Bahia (o samba de roda), surgido no Recôncavo Baiano e que hoje é tombado como Patrimônio Imaterial e Cultural da Humanidade, pela UNESCO.
O samba é o ritmo que dá origem a todas as realizações musicais tipicamente brasileiras. E assim é reconhecido dentro e fora do país, como um dos principais elementos da nossa identidade cultural nacional. Filho do “semba africano”, foi da mistura étnica e cultural ocorrida em nossa terra que o samba tomou corpo, nascendo verdadeiramente no seio do povo. Assim, a história desse ritmo musical está intimamente relacionada à formação e à história do povo brasileiro.
Foi também na Bahia que, nos anos 1950, o samba conquistou merecido espaço no calendário oficial, através da instituição do dia 2 de dezembro como Dia do Samba, pelo então Vereador Luís Monteiro da Costa. Anos depois, em 2 de dezembro de 1972, com o retorno de Gilberto Gil do exílio, acontece a “Noite do Samba e Dendê”, com participação do próprio Gil, Batatinha, Ederaldo Gentil, Nelson Rufino, Panela, Riachão, Tião Motorista e Edil Pacheco, entre outros artistas. Desde então o Dia do Samba se inclui definitivamente no calendário das Festas Baianas e tem sido uma das principais alternativas para o turista que visita Salvador no início do mês de dezembro. O Projeto Dia do Samba, em suas 45 edições, tem contado com a participação de grandes nomes da MPB. Entre os que já participaram do Dia do Samba estão também: Almir Guineto, Antonio Carlos e Jocaf, Baby do Brasil, Benito di Paula, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Carlinhos Vergueiro, Chico Buarque, Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Dona Ivone Lara, Dudu Nobre, Elza Soares, Fafá de Belém, Francis Hime, Gerônimo, Jair Rodrigues, João Nogueira, Ivan Lins, Leci Brandão, Luciana Rabello, Luiz Melodia, Walter Alfaiate, Wilson das Neves, Margareth Menezes, Martinho da Vila, Moraes Moreira, Nei Lopes, Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro, Paulinho Boca, Roberto Ribeiro, Simone Moreno, Vânia Abreu, Xangô da Mangueira e Zélia Duncan.