Cardiopatia congênita: doença afeta 29 mil crianças todo ano; saiba como diagnosticar - Juci Ribeiro

Cardiopatia congênita: doença afeta 29 mil crianças todo ano; saiba como diagnosticar

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Pacientes em tratamento estão no grupo de risco durante a pandemia

Junho também é marcado pela conscientização da cardiopatia congênita, alteração na estrutura do coração, que ocorre ainda durante a gestação, na formação do embrião. O mês é utilizado para difundir o conhecimento sobre o assunto, já que no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 29 mil crianças são acometidas pela doença por ano, sendo que cerca de 6% delas morrem antes mesmo de completar um ano de vida, responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.

O problema pode surgir nas primeiras oito semanas da gestação, quando se forma o coração do bebê, causando insuficiência circulatória e respiratória, o que compromete a qualidade de vida do paciente. As cardiopatias congênitas podem ser divididas em problemas que causam excesso de fluxo sanguíneo do coração para o pulmão (cardiopatias acianogênicas de hiperfluxo pulmonar), doenças que levam à baixa oxigenação do sangue (cardiopatias cianogênicas) e condições com obstrução do fluxo sanguíneo. 

A cardiologista e ecocardiografista pediátrica, Naiara Galvão, ressalta que não se trata de uma condição rara e que a maioria dos pais de crianças cardiopatas nunca ouviu falar da doença. A médica explica que, na maioria dos casos, a causa não é identificada, podendo o problema ter relação com doenças maternas, como rubéola e diabetes, ou uso de medicações, como anticonvulsivantes e antidepressivos. 

“Dessa forma, as mulheres que têm intenção de engravidar devem evitar uso de medicações que possam interferir na formação do coração do feto e também manter sob controle doenças crônicas como diabetes, lupus e fenilcetonúria, cuja descompensação está relacionada às malformações cardíacas fetais”, ressalta a médica da Singular Medicina de Precisão, que está com agendamento de teleconsulta durante a pandemia por meio do telefone (71) 99213-7107 ou e-mail contato@singularmp.com.br.

Diagnóstico e tratamento
Os principais sintomas da cardiopatia congênita são sopro cardíaco, cianose (coloração arroxeada da boca e mucosas) e insuficiência cardíaca, que se manifesta no bebê e crianças jovens com respiração ofegante, além do aumento dos batimentos cardíacos, inchaço no peito, dificuldade de ganho de peso, pausas às mamadas, infecções respiratórias de repetição e gemência. Os que nasceram com doenças cromossômicas, sendo a principal delas a Síndrome de Down, são considerados mais susceptíveis à doença. Neste grupo, a ocorrência do problema chega a 50%.

Nas crianças maiores e adolescentes, pode ser observado também inchaço nas pernas e falta de ar aos esforços. A cardiologista Naiara Galvão explica que o tratamento é direcionado conforme a causa de base: “estima-se que 70% das crianças necessitam de cirurgia, em alguns casos é possível tratamento por cateterismo. Cerca de 90% dos indivíduos cardiopatas congênitos que são operados conseguem chegar à idade adulta. Mas o ideal mesmo é que a cardiopatia congênita seja diagnosticada ainda na gravidez, o que pode ser feito através de ultrassonografia morfológica e ecocardiograma fetal”. 

A médica ressalta ainda que os testes genéticos podem ajudar no tratamento da doença. “Embora a base genética precisa ainda não seja totalmente compreendida, os testes genéticos são altamente recomendados nas cardiopatias congênitas, o que auxiliará no aconselhamento genético adequado com relação à etiologia e ao desfecho”, diz Naiara.

Coronavírus
É importante que portadores de cardiopatias congênitas intensifiquem os cuidados e tome as medidas de prevenção ao novo coronavírus, conforme orientação das autoridades de saúde. Por se tratar de doença crônica, os pacientes estão em grupos de risco. “Os cardiopatas que necessitam de uso de medicamentos e os pacientes em pós-operatório recente tem maior risco de descompensação e quadros mais graves, com necessidade de hospitalização e maior chance de óbito. Aqueles já operados que tiveram bom resultado cirúrgico e os pacientes com doença sem repercussão hemodinâmica possuem o mesmo risco da população geral”, finaliza.

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